Polícia de Fronteira: Dois policiais militares do BPFron, vestidos com uniforme camuflado e colete, observam a margem de um rio armados, com área de vegetação e ponte ao fundo.

Polícia de Fronteira: crimes e a necessidade da criação.

Não é de hoje que a fronteira do Brasil com países da América do Sul — como Paraguai, Bolívia, Colômbia e Peru — tem sido palco recorrente de atividades criminosas transnacionais.

Ao longo das décadas, o país sofre crimes que ocorrem em uma fronteira seca gigantesca e muitas vezes, se mostra incapaz de conter os criminosos que – por vezes – atuam livremente.

Pouco efetivo nas Polícias da União é sempre um fator apontado como empecilho ao efetivo combate aos crimes fronteiriços, resgatando a ideia de criação de uma Polícia de Fronteira.

Montagem com duas imagens: à esquerda, posto de fronteira terrestre com a placa “Venezuela” e pessoas circulando; à direita, policiais militares em formação diante de prédio identificado como “Polícia Militar GIRO”.
Foto PMRR Divulgação

Principais crimes na fronteira do Brasil

1. Tráfico internacional de drogas

  • Regiões críticas: Mato Grosso do Sul, Paraná, Acre e Amazonas
  • Fronteiras ativas: Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia
  • Drogas principais: Cocaína (principalmente do Peru e da Bolívia), maconha (vinda do Paraguai)
  • Modus operandi: Utilização de rotas fluviais, rodoviárias e pistas clandestinas. Aviões de pequeno porte são comuns na fronteira Norte.

2. Contrabando de armas e munições

  • Armas apreendidas: Fuzis, pistolas, metralhadoras e munições de uso restrito
  • Principais rotas: Paraguai → Brasil via Ponta Porã (MS) e Foz do Iguaçu (PR)
  • Origem das armas: EUA, Europa e Ásia, chegando ao Paraguai e depois ao Brasil
  • Destinos frequentes: facções no Sudeste e Norte

3. Descaminho e contrabando

  • Produtos: Eletrônicos, cigarros paraguaios, agrotóxicos ilegais, bebidas, roupas
  • Impacto econômico: Bilhões em prejuízo ao comércio legal e à arrecadação
  • Fronteiras mais ativas: Paraguai e Bolívia

4. Tráfico de pessoas e imigração ilegal

  • Rotas: Fronteira com Venezuela (RR) e Bolívia (AC, RO, MS)
  • Perfil das vítimas: Mulheres e crianças (exploração sexual e trabalho escravo), além de migrantes ilegais tentando atravessar para o Brasil ou usar o país como rota para os EUA

5. Atuação de facções criminosas

  • Organizações envolvidas: PCC, CV, Família do Norte, Comando Vermelho
  • Disputa territorial: Facções controlam partes da fronteira para escoamento de drogas
  • Conflitos frequentes: Execuções, desaparecimentos e ataques armados entre grupos rivais

Ações de combate e operações

Nos últimos anos, o governo federal, por meio da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Exército Brasileiro e forças estaduais, intensificou operações como:

  • Operação Hórus (MJSP) – combate ao crime na faixa de fronteira
  • Programa VIGIA – uso de tecnologia, drones e integração de inteligência
  • COBRA/BRAFRON – cooperação entre Brasil, Bolívia e Paraguai
  • Integração com forças armadas, PF, PRF, Forças Estaduais e agências de inteligência

Panorama dos Crimes na Fronteira Brasileira (2019–2024)

A fronteira brasileira, com mais de 16 mil quilômetros de extensão e abrangendo 11 países, é palco de diversas atividades criminosas transnacionais. A seguir traçamos um panorama dos principais crimes ocorridos nas fronteiras do Brasil nos últimos cinco anos, destacando rotas, modus operandi, organizações envolvidas.

1. Principais Crimes

1.1 Tráfico Internacional de Drogas

• Regiões críticas: Mato Grosso do Sul, Paraná, Acre e Amazonas
• Fronteiras ativas: Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia
• Drogas principais: Cocaína (Peru, Bolívia) e maconha (Paraguai)
• Modus operandi: Utilização de rotas fluviais, rodoviárias e pistas clandestinas. Aviões de pequeno porte são comuns na região Norte.

1.2 Contrabando de Armas e Munições

• Armas apreendidas: Fuzis, pistolas, metralhadoras e munições de uso restrito
• Principais rotas: Paraguai → Brasil via Ponta Porã (MS) e Foz do Iguaçu (PR)
• Origem: EUA, Europa e Ásia
• Destino: Facções criminosas no Sudeste e Norte

1.3 Descaminho e Contrabando

• Produtos: Eletrônicos, cigarros paraguaios, agrotóxicos ilegais, bebidas e roupas
• Impacto: Bilhões em perdas ao comércio legal e à arrecadação
• Fronteiras mais ativas: Paraguai e Bolívia

1.4 Tráfico de Pessoas e Imigração Ilegal

• Rotas principais: Venezuela (RR), Bolívia (AC, RO, MS)
• Perfil das vítimas: Mulheres e crianças (exploração sexual e trabalho escravo)
• Uso do Brasil como rota para migração ilegal rumo aos EUA

1.5 Atuação de Facções Criminosas

• Organizações envolvidas: PCC, Comando Vermelho, Família do Norte
• Atividades: Controle de rotas, tráfico de drogas, confrontos armados
• Conflitos: Execuções, desaparecimentos e emboscadas

Polícia de Fronteira Federal

A criminalidade nas fronteiras brasileiras representa um desafio constante à segurança pública nacional. O tráfico de drogas, armas e pessoas, somado ao contrabando de produtos ilegais, exige estratégias coordenadas, tecnologia de ponta e parcerias internacionais para mitigar os impactos dessas ações criminosas.

A constância dos crimes e a aparente impossibilidade de reduzi-los reacene o debate de criação de uma Polícia de Fronteira Federal como mais uma Polícia da União.

A proposta de criação de uma polícia específica para a fronteira brasileira não é nova, sendo discutida no Congresso Nacional e por presidenciáveis.

A criação de uma Polícia de Fronteira específica para a fronteira do Brasil surge como proposta estratégica diante do avanço do crime organizado transnacional nas regiões limítrofes do país. Com mais de 16 mil quilômetros de fronteiras terrestres e fluviais compartilhadas com dez países, o Brasil enfrenta desafios crescentes relacionados ao tráfico internacional de drogas e armas, contrabando, imigração ilegal, tráfico de pessoas e atuação de facções criminosas.

Uma Polícia de Fronteira especializada teria como missão o policiamento ostensivo e investigativo das faixas de fronteira, com efetivo próprio e treinado para atuar em ambientes rurais, florestais, aquáticos e em regiões de difícil acesso. Poderia contar com apoio tecnológico avançado, como drones, sensores térmicos, veículos aéreos não tripulados, estações de vigilância e centrais móveis de comando.

Além do combate direto ao crime, essa corporação também teria papel importante na prevenção, fiscalização e cooperação internacional com polícias de países vizinhos. A existência de uma força dedicada e especializada traria maior presença do Estado, reduziria a vulnerabilidade territorial e reforçaria a soberania nacional sobre regiões frequentemente negligenciadas.

QSL News: polícia em foco.

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