A Polícia Militar de São Paulo passou a utilizar, nesta terça-feira (8), um recurso tecnológico do Google que permite o bloqueio remoto de celulares roubados, diretamente pelo sistema da corporação. O bloqueio impede que o aparelho seja utilizado após o crime, dificultando o repasse ou a revenda no mercado ilegal. O novo recurso da PM de SP está integrado à chamada “Central de Bloqueio de Celulares”, já em uso pelas demais forças de segurança do estado.
A nova ferramenta marca o início de uma parceria inédita entre a PM e a empresa de tecnologia. A expectativa é a redução os índices de roubo e furto de celulares em São Paulo, criando dificuldades para o uso e a comercialização dos aparelhos subtraídos. A ação é válida para celulares Android com conta Google vinculada e registro de ocorrência na delegacia.
Entenda o caso
O recurso, que já estava em desenvolvimento desde 2023, foi oficialmente ativado em 8 de julho de 2025. A proposta surgiu da necessidade de combater o aumento dos roubos de celulares, sobretudo na capital paulista e nas grandes cidades da Região Metropolitana.
O processo de ativação do bloqueio ocorre após a vítima registrar o boletim de ocorrência, informando o número do IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel) do celular. Com os dados em mãos, a Polícia Militar acessa a Central de Bloqueio de Celulares, onde agora está disponível o comando de “bloqueio remoto Google”.
Para o uso é necessário possuir aparelhos Android com conta Google vinculada. Após o acionamento, o sistema automaticamente bloqueia o acesso ao aparelho, mesmo que o chip seja trocado ou o aparelho seja restaurado de fábrica.
Ação policial e desdobramentos
A implantação do novo sistema está sendo coordenada pelo Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) da PM de SP, com apoio técnico da equipe de segurança cibernética da corporação. O comando de bloqueio é processado em tempo real e pode ser acionado poucos minutos após o registro da ocorrência.
Com a medida, a Polícia Militar espera desestimular o roubo e furto de aparelhos, especialmente em locais com maior incidência, como:
- Estações de transporte público
- Ruas comerciais com grande fluxo de pedestres
- Eventos e aglomerações
Desde a fase de testes, o sistema já auxiliou em casos onde aparelhos foram rastreados, bloqueados e posteriormente recuperados. Não há divulgação oficial de números, mas a PM informou que o índice de efetividade do bloqueio supera 80%.
Investigação e próximos passos
A nova funcionalidade também servirá de apoio às investigações conduzidas pela Polícia Civil, que poderá cruzar dados de IMEIs bloqueados com aparelhos recuperados em operações de combate ao crime organizado e receptação.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o convênio com o Google é fruto de uma parceria institucional para o aprimoramento de políticas de segurança digital. O secretário da pasta, Guilherme Derrite, destacou que a medida reforça a atuação da PM no enfrentamento a crimes patrimoniais:
“Estamos usando a tecnologia como aliada. O cidadão que tiver o celular roubado agora conta com mais um recurso eficaz e seguro para inibir o uso do aparelho por criminosos.”
Além disso, a Polícia Civil poderá solicitar dados complementares ao Google via protocolo oficial para investigações mais detalhadas, desde que autorizadas judicialmente.
Imagens e monitoramento
O novo sistema opera de forma integrada ao serviço “Find My Device” (Encontre Meu Dispositivo), já disponível em celulares Android. A diferença é que agora o bloqueio pode ser acionado de forma centralizada pela PM, sem necessidade de ação direta da vítima.
As imagens de câmeras de segurança em locais de crime continuam sendo fundamentais para identificar autores e contextos de roubo, mas o novo sistema complementa a resposta rápida ao impedir o uso imediato do aparelho subtraído.
Impacto para a segurança pública
A implementação da ferramenta representa um avanço significativo na modernização das estratégias de segurança pública em São Paulo. O uso de tecnologia embarcada e parcerias com empresas do setor privado têm mostrado resultados positivos no combate a crimes de roubo e furto, especialmente envolvendo celulares.
Segundo dados da SSP-SP, em 2024 foram registrados mais de 490 mil casos de roubo ou furto de celulares no estado. A nova medida visa diminuir essa estatística de forma contundente.
A expectativa da Polícia Militar é que, com a expansão da Central de Bloqueio e o uso do recurso do Google, outras unidades da federação adotem iniciativas semelhantes, contribuindo para uma resposta nacional ao problema da receptação de eletrônicos.
QSL News: polícia em foco.
