Núcleo financeiro: Imagem institucional da Polícia Civil do Espírito Santo com o título “Núcleo de Recuperação de Ativos – NRA” e menção ao Decreto nº 6121-R; arte gráfica mostra circuito eletrônico em forma de árvore com ícones de armas, veículos, imóveis e dinheiro, representando rastreamento de bens ligados ao crime organizado.

PCES de olho em núcleo financeiro do crime organizado

Grupo Especial de Investigação Financeira

Núcleo financeiro do crime organizado  – A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) anunciou, em julho de 2025, a criação de uma unidade especializada voltada exclusivamente para o combate ao financiamento de organizações criminosas. Denominado Grupo Especial de Investigação Financeira (GEIF), o novo núcleo tem como missão principal investigar os braços financeiros de facções e quadrilhas que atuam no estado, visando desarticular estruturas que sustentam o tráfico de drogas, armas e outras atividades ilícitas.

A criação do GEIF reforça a política de enfrentamento à criminalidade organizada adotada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) e representa um avanço na integração entre inteligência policial e rastreamento financeiro, permitindo investigações mais precisas e com potencial de impacto duradouro nas estruturas criminosas.

Dois policiais civis armados e fardados estão ao lado de viaturas da Polícia Civil estacionadas em frente a uma delegacia. Ao fundo, há o prédio da delegacia com fachada de azulejos e um letreiro indicando "64ª DP".
PCES_Divulgação

Polícia Especializada

O GEIF funcionará dentro da estrutura da Superintendência de Polícia Especializada da PCES, com investigadores, escrivães, delegados e peritos capacitados para atuar em operações de combate à lavagem de dinheiro, ocultação de bens e fraudes financeiras.

O grupo atuará com foco nas seguintes ações:

  • Identificação de laranjas e testas de ferro
  • Rastreamento de fluxos financeiros ilícitos
  • Bloqueio de bens e valores obtidos com atividades criminosas
  • Cooperação com o Ministério Público, Judiciário e órgãos de controle

Além disso, as operações poderão ser integradas a ações de repressão a crimes violentos, como homicídios ligados a disputas por tráfico, permitindo a responsabilização de lideranças que, mesmo presas, seguem controlando atividades por meio de redes financeiras clandestinas.

A criação da unidade também ocorre em sintonia com esforços nacionais e internacionais no combate a crimes como narcotráfico, extorsão, corrupção e milícias, que se valem de movimentações financeiras sofisticadas para dificultar a ação policial.

Inquéritos especializados

O GEIF será responsável pela abertura de inquéritos especializados, com apoio de análise financeira e inteligência cibernética, utilizando bases de dados integradas e ferramentas tecnológicas para o cruzamento de informações bancárias, fiscais e patrimoniais.

A Polícia Civil já sinalizou que investigações em andamento serão transferidas para o novo grupo, incluindo casos de movimentações suspeitas ligadas a lideranças criminosas presas e empresas de fachada que atuam no estado para lavar recursos ilícitos.

A expectativa é que, com essa especialização, a PCES consiga acelerar medidas judiciais de sequestro de bens, bloqueios de contas e confisco de patrimônio, com respaldo técnico e legal mais robusto.

Monitoramento

A utilização de tecnologia será fundamental para o êxito das investigações. A unidade terá acesso a ferramentas de monitoramento de transações suspeitas, softwares de mineração de dados e sistemas de rastreamento patrimonial.

Também será possível utilizar informações de operações anteriores que envolveram interceptações telefônicas, câmeras de monitoramento urbano e imagens de movimentações bancárias, elementos essenciais para conectar lideranças a estruturas de lavagem de dinheiro.

O intercâmbio de dados com outras polícias, Receita Federal, Coaf e instituições bancárias será contínuo, dentro das permissões legais, para fortalecer o mapeamento das redes criminosas.

Impacto para a segurança pública

A criação do Grupo Especial de Investigação Financeira representa uma mudança de paradigma no combate à criminalidade organizada no Espírito Santo, deixando de atuar apenas nos efeitos — como apreensões de drogas e prisões — para atacar a estrutura econômica que mantém essas organizações ativas.

Segundo a PCES, enfraquecer o financiamento das facções pode impactar diretamente os índices de violência, especialmente homicídios ligados ao tráfico. Ao inviabilizar a movimentação de recursos ilícitos, o Estado impõe uma barreira real ao crescimento de grupos criminosos.

Além disso, a nova unidade oferece suporte qualificado para operações conjuntas, como aquelas realizadas em parceria com as Polícias Militar, Federal, Rodoviária Federal e Guardas Municipais, ampliando o alcance estratégico do combate ao crime em todo o território capixaba.

QSL: polícia em foco.

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