Ampliação de serviços privados em presídios .Profissionais de saúde realizam atendimento odontológico em pessoa privada de liberdade dentro de unidade prisional, com presença de agente penitenciário ao fundo.

Ampliação de serviços privados em presídios

Deputados aprovam projeto que autoriza contratação de empresas para oferecer serviços como segurança, saúde e educação no sistema penitenciário

Projeto de Lei 2694/2015: ampliação de serviços privados em presídios

A Câmara dos Deputados aprovou, na segunda-feira, 15 de julho de 2025, o Projeto de Lei 2694/2015, que autoriza o poder público a contratar a iniciativa privada para prestar diversos serviços no interior de estabelecimentos penais.

Ampliação de serviços privados em presídios

A votação foi simbólica, sem registro nominal, e contou com apoio de grande parte dos partidos, com exceção da federação PSOL-Rede, que se manifestou contra a medida. 

Até na segurança

O projeto permite que empresas sejam contratadas para atuar em áreas como segurança, alimentação, saúde, educação e reintegração social de pessoas privadas de liberdade.

Com a aprovação do texto, o setor privado poderá ser contratado para oferecer os seguintes serviços dentro dos presídios:

– Vigilância e segurança interna

– Transporte de presos

– Atendimento médico, odontológico e psicológico 

– Assistência jurídica e social 

– Atividades educacionais e profissionalizantes 

– Fornecimento de alimentação, lavanderia e serviços gerais 

– Programas de ressocialização e reintegração social

Estado continua com responsabilidade

De acordo com a proposta, os serviços prestados devem respeitar as diretrizes da Lei de Execução Penal. A responsabilidade pelo cumprimento da pena continuará sendo do Estado, que manterá a supervisão sobre todas as atividades delegadas.

O texto com essa ampliação de serviços privados em presídios não permite que as empresas privadas tenham poder de polícia, usem força ou apliquem sanções disciplinares — essas atribuições permanecem restritas aos servidores públicos legalmente investidos nessa função.

Senado

Após a aprovação na Câmara, o PL 2694/2015 seguirá para análise no Senado Federal, onde poderá ser aprovado, modificado ou rejeitado. Caso passe sem alterações, será encaminhado à sanção presidencial.

Ainda não há informações sobre prazos para tramitação no Senado. O tema gerará novos debates entre setores favoráveis à modernização da gestão prisional e entidades que defendem a exclusividade do Estado na administração de presídios.

Monitoramento

Empresas privadas atuarão na instalação e operação de sistemas de segurança e vigilância eletrônica. Isso inclui o uso de câmeras, sensores, monitoramento eletrônico de apenados e controle de acesso, que antes era sob supervisão da autoridade prisional responsável.

Questiona-se se esses serviços poderão ser integrados aos sistemas de monitoramento dos órgãos de segurança pública, de acordo com contratos e regulamentações estaduais ou federais.

Impactos na segurança pública

A aprovação do projeto representa uma mudança significativa na estrutura de gestão do sistema prisional brasileiro, com potenciais impactos para policiais penais, agentes de segurança, gestores e operadores da execução penal.

A participação da iniciativa privada em presídios já ocorre de forma limitada em alguns estados, mas com a nova legislação, a prática poderá ser ampliada para todo o país mediante contratos e parcerias com o poder público.

Críticas

A medida tem sido criticada por organizações da sociedade civil e entidades sindicais ligadas à segurança pública, que alertam para riscos de violação de direitos e perda de controle estatal sobre unidades penais.

Federações e Sindicatos de policiais penais já preparam caravanas à Brasília para a votação do PL no Senado.

Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o sistema penitenciário brasileiro abriga atualmente mais de 835 mil pessoas privadas de liberdade. O debate sobre modelos alternativos de gestão prisional é antigo dentro do Congresso Nacional.

A iniciativa da Cãmara dos Deputados confronta com o plano recentemente lançado intitulado de Pena Justa, uma iniciativa do Governo Federal e do Conselho Nacional de Justiça que traz mais de 300 ações para serem desenvolvidas até 2027, com objetivo de melhorar o sistema carcerário.

A medida tomada pelo plenário também contrasta com o Projeto de Lei 2566/24 que trata da proibição de custódia de presos por PM em hospitais estaduais e do Distrito Federal. 

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