Polícia Penal do RS realiza terceira interceptação com novo sistema antidrone e prende três suspeitos

Gabriel Jacobsen / Agência RBS
A Polícia Penal do Rio Grande do Sul protagonizou, na madrugada desta quarta-feira (25), mais uma ação bem-sucedida no enfrentamento às tentativas de introdução de objetos ilícitos no sistema prisional. Pela terceira vez, agentes utilizaram com êxito o novo sistema antidrone implantado no estado para impedir que criminosos utilizassem aeronaves não tripuladas para lançar drogas, celulares e outros itens ilegais dentro de uma unidade prisional.
Desta vez, a operação ocorreu nas proximidades da Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves (PEBG), localizada na Serra Gaúcha. A ofensiva contou com a atuação do Grupo de Ações Especiais (Gaes), grupo tático especializado da Polícia Penal, e foi baseada em informações de inteligência obtidas por monitoramento estratégico do setor de segurança penitenciária.
Tecnologia a serviço da segurança prisional
A ação marca a terceira interceptação bem-sucedida realizada com apoio do moderno sistema antidrone, adquirido recentemente pelo governo do Estado. O equipamento foi desenvolvido para detectar, rastrear e neutralizar drones que tentem sobrevoar áreas restritas, como estabelecimentos prisionais. A adoção da tecnologia busca coibir a prática criminosa que tem se tornado cada vez mais sofisticada: o uso de drones para introduzir ilícitos em unidades prisionais, burlando barreiras físicas e vigilância convencional.
Durante a abordagem, os policiais penais identificaram três indivíduos suspeitos, que estavam nas imediações da penitenciária durante a madrugada. Os homens utilizavam uma estrutura improvisada com câmeras, o que evidenciava a intenção de monitorar a movimentação de viaturas e agentes penitenciários antes de realizarem o arremesso dos materiais ilegais.
Com os suspeitos, foram apreendidos diversos itens, incluindo celulares, porções de maconha e cocaína, além de materiais específicos que seriam utilizados para o transporte aéreo por drones. Também foi apreendido um veículo utilizado no apoio logístico da ação criminosa. Os três envolvidos foram presos em flagrante e conduzidos às autoridades competentes para os procedimentos legais.
Investimento estratégico do Estado
A implantação do sistema antidrone integra um conjunto de medidas de modernização da segurança prisional no Rio Grande do Sul. O governo estadual destinou R$ 4,9 milhões à aquisição de três kits completos da tecnologia, que foram distribuídos a unidades estratégicas do sistema penitenciário gaúcho.
Cada kit conta com sensores de detecção, radares, bloqueadores de sinal e equipamentos capazes de interferir no funcionamento dos drones, forçando-os a pousar ou retornarem ao ponto de origem. O sistema é operado por agentes treinados e pode funcionar tanto em modo automático quanto manual, permitindo respostas rápidas e eficazes diante de tentativas de invasão aérea.
A utilização desses dispositivos eleva o nível de proteção das unidades prisionais, complementando as estratégias de vigilância humana e eletrônica já existentes.
Enfrentando novas formas de criminalidade
O uso de drones para transportar ilícitos aos presídios é uma prática criminosa que tem se intensificado em diversas regiões do país. A facilidade de acesso a essas aeronaves, aliada à sua capacidade de sobrevoar muros e áreas isoladas sem serem detectadas visualmente, faz com que representem um grande desafio à segurança penitenciária.
Com o novo sistema antidrone, o Rio Grande do Sul passa a contar com uma importante ferramenta tecnológica para enfrentar esse tipo de ameaça. A integração entre inteligência, operação e inovação tecnológica tem se mostrado eficaz, como demonstram os recentes resultados obtidos com as três interceptações bem-sucedidas desde a implementação do sistema.
Uso será ampliado
A Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) reforçam que o uso do sistema antidrone será ampliado conforme os resultados e a necessidade operacional de cada unidade. O objetivo é coibir de forma permanente a atuação de grupos criminosos que buscam burlar a segurança do sistema prisional.
Com ações preventivas, uso estratégico da tecnologia e atuação qualificada de seus servidores, a Polícia Penal do Rio Grande do Sul reafirma seu compromisso com a segurança institucional, a ordem nos estabelecimentos prisionais e a proteção da sociedade gaúcha.
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